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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PMDB QUER CINCO MINISTÉRIOS



Brasília (AE) - Mais no papel de porta-voz do PMDB do que de futuro parceiro da presidente eleita Dilma Rousseff no Planalto, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) aumentou a tensão na base aliada ao dizer que os peemedebistas pinçados ou cogitados para ocupar uma vaga na Esplanada são da “cota pessoal” de Dilma e não representam o partido. Dilma manterá Nelson Jobim na Defesa e teria cogitado a escolha do secretário de Saúde do Rio, Sergio Côrtes, para a Pasta da Saúde. “Não é que nós não consideremos a cota pessoal, mas não considero essa cota pessoal como sendo do PMDB”, afirmou Temer, futuro vice-presidente, ontem após uma conversa de cerca de uma hora com o presidente do Senado, José Sarney, e com o líder do PMDB na Casa, senador Renan Calheiros (AL).Temer foi enfático ao defender o controle de cinco ministério para o PMDB, além da compensação pela perda do Ministério das Comunicações, que será comandado pelo petista Paulo Bernardo. “Não digo se abrimos ou não abrimos (mão do Ministério das Comunicações)”, afirmou. “Estamos conversando sobre essa composição. Tudo isso depende de como estará essa substituição das Comunicações por outro ministério”. Em sintonia com Temer, a bancada do PMDB na Câmara decidiu ontem nomear formalmente o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), como o único interlocutor junto ao vice-presidente eleito para negociar cargos. A deliberação do partido foi uma resposta ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que à revelia do PMDB tentou emplacar a nomeação de Côrtes.“Os espaços do PMDB serão determinados pela presidente Dilma”, resumiu Henrique Alves, ao fim da reunião da bancada da Câmara. Ao fortalecer o papel de Temer nas negociações, a bancada desautorizou Cabral. Os peemedebistas ficaram insatisfeitos com o anúncio do secretário de Cabral para a pasta da Saúde, sem o aval do partido. “Há uma manifestação da bancada quanto à forma de indicação e não propriamente quanto ao nome do indicado”, observou o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).A reunião da bancada contou com a presença do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele prometeu liberação de verbas de emendas apresentadas pelos parlamentares ao Orçamento da União. “Façam o levantamento individual para a gente resolver pessoalmente cada uma dessas questões”, disse Padilha. Na reunião, ele alertou que os ministros indicados para o governo de Dilma terão de retribuir em votos no Congresso. “Que os ministros que assumirem que sejam não só da área, mas também que sejam ministros que nos ajudem no esforço político de construir a governabilidade, de garantir a expressão de votos na câmara e no Senado”, afirmou o ministro. A bancada apresentou formalmente uma moção delegando a Henrique Alves a interlocução nas negociações ministeriais. O documento foi assinado por 54 deputados eleitos e reeleitos. A moção deixa um recado claro: “Tendo sido parceiro da presidente eleita e pelo seu tamanho e importância nessa casa, nós devemos ser previamente consultados sobre qualquer representação tomada em nosso nome”, diz a moção. O deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) afirmou que a bancada dará total apoio às negociações conduzidas por Henrique Alves e ressaltou a necessidade de a bancada participar da indicação dos ministros. “As duas vagas da Câmara têm de indicadas pelos parlamentares. Esse é um requisito fundamental”, disse Quintão. Eles defendem que uma das vagas seja preenchida por um deputado eleito. “Não vamos aceitar que nos empurrem nomes.” Os peemedebistas afirmaram que, até agora, Dilma Rousseff definiu dois ministérios que vão para o partido: Agricultura e Minas e Energia. Para o Ministério da Agricultura, o PMDB pretende manter Wagner Rossi no cargo. Rossi não tem mandato. O senador Edison Lobão ficará com as Minas e Energia.

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