
Edione Nóbrega
A falta de condições de trabalho nos garimpos de Equador, cidade do Rio Grande do Norte fez mais uma vítima fatal. O garimpeiro Jair Vilani dos Santos, 36 anos,
morreu na tarde de hoje, 09 de setembro, depois que parte de uma mina de extração de caulim, no sítio Jacu, desabou sobre ele.
De acordo com informações do Hospital de Equador, Jair foi atingido por volta das 15h15 na região abdominal e na perna. Ele foi socorrido por policiais militares e chegou à unidade de saúde ainda com vida, mas não resistiu e morreu minutos depois. O corpo será levado para perícia no Itep de Caicó.
Desde o início do ano essa foi a segunda morte ocorrida nos garimpos da cidade, mas de acordo com o presidente do Sindicato dos Garimpeiros de Equador Clemente Alves de Sousa, o total de mortos nos últimos anos já passa dos 21. Segundo Clemente, a falta de condições de trabalho nos garimpos de Equador tem sido a principal causa de morte na cidade, onde mais de 1,2 mil - dos 5 mil habitantes - trabalham nos garimpos de extração de caulim.
Jair era casado e morava em Equador. Ele é o segundo minerador morto durante o trabalho, em menos de três meses. No dia 29 de junho, João Batista Pereira da Silva, de 29 anos, também foi vítima e morreu soterrado em um desabamento de uma banqueta.
O vereador José Dirceu dos Santos, também funcionário do hospital, afirmou que as minas de Equador são de propriedade particular, e a atividade de exploração é clandestina. "São os homens-tatu, que literalmente se esburacam nas jazidas sem a devida proteção, expondo-se a risco de morte", define Dirceu.
De acordo com o vereador, após a morte de João Batista, em junho, iniciou-se uma série de discussões sobre a atividade no município. "Já houve audiência do Ministério Público e já recebemos aqui representantes da Procuradoria, da Polícia Federal, do Idema e Ibama", disse. "Eles deram um prazo para que a atividade nas minas seja legalizada".